Quantas vezes já pensaste como é aborrecido repetir vezes sem conta os mesmos processos no QGIS? Não te preocupes, se continuares a ler a publicação de hoje no blogue, vais descobrir uma forma muito fácil de automatizar as tuas tarefas no QGIS e poder executar uma grande quantidade de processos num único passo.
O que é o QGIS?
Em muitas ocasiões temos que lidar com uma infinidade de operações com Sistemas de Informação Geográfica e acaba por ser um trabalho tedioso em que lidamos com um grande número de camadas de uma forma repetitiva e lenta. A solução para este problema é muito simples e hoje explicamos-te para que possas esquecer esta repetição e poupar tempo.
Trata-se do QGIS Graphical Modeller, uma ferramenta que permite construir modelos de processamento mais complexos a partir de um conjunto de operações simples, realizando uma cadeia de processos que podem depois ser executados num único passo, utilizando uma interface simples e muito intuitiva.

No procedimento de conceção do modelo, distinguem-se duas partes: a primeira é a definição dos inputs do processo, em que se escolhe o tipo de parâmetro a utilizar, que podem ser camadas vectoriais, camadas raster, números, tabelas, etc., e a segunda é a definição dos algoritmos, em que se estabelece o fluxo de trabalho a executar. Nesta segunda parte, podem ser utilizados algoritmos existentes em diferentes fontes, como os geoalgoritmos do QGIS ou as ferramentas do próprio modelador, entre outros.

Quais são as vantagens do modelador?
Uma das vantagens que oferecem os modelos é que podem ser reutilizados quantas vezes quiseres, variando apenas a entrada de dados, de modo que para cada uma das entradas que introduzires, obterás saídas diferentes utilizando o mesmo procedimento em todas elas de uma forma muito rápida. Além disso, ao guardar estes modelos, podes modificar qualquer parte do processo para voltar a executá-lo corretamente se quiseres alterar alguma das operações ou se tiveres cometido um erro no modelo.
Outra vantagem oferecida pelo modelador é que a saída de uma tarefa pode ser a entrada da tarefa seguinte e, assim, realizar operações ligadas, como mostra a imagem seguinte.

Exemplo de um modelo com QGIS
A seguir, apresenta-se um exemplo de um modelo baseado numa série de camadas em formato raster correspondentes a parâmetros hidrológicos de uma área de estudo, a partir das quais se pretende obter os valores numa área específica correspondente a uma bacia hidrográfica, que será uma camada em formato vetorial.

Neste caso, as entradas do modelo serão a camada da bacia em formato vetorial e as camadas em formato raster de precipitação para os períodos de retorno estudados, limiar de escoamento e índice de torrencialidade, a partir das quais se pretende obter o valor médio na bacia, bem como o modelo digital do terreno em formato raster a partir do qual se pretende obter os valores máximos e mínimos. Para efetuar as operações, foram utilizados os algoritmos de estatística de zonas na bacia de estudo.
Finalmente, guarda o modelo introduzindo o seu nome e o nome do grupo a que vai pertencer.

O modelo é executado clicando no botão executar modelo, representado por uma seta verde, e uma janela aparece no ecrã pedindo-nos para indicar as camadas que correspondem às entradas e, conforme o caso, o diretório para guardar as camadas de resultados.

Um aspeto positivo dos modelos criados com esta ferramenta é a possibilidade de os exportar, entre outras formas, como scripts Python, o que é muito útil tendo em vista a sua futura utilização em programações mais complexas onde são necessárias ferramentas mais potentes.

Em suma, o designer de modelos QGIS facilita o trabalho realizado com os Sistemas de Informação Geográfica e poupa muito tempo e esforço na elaboração de múltiplas tarefas.
Agora que já conheces esta ferramenta, de que estás à espera para a utilizar?
Escrito por:
Estrella Mena Costa
Engenheira Civil
Área de Engenharia Civil